
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) trabalha em ritmo acelerado para analisar denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) sobre a trama golpista. Nesta quarta-feira (26), os ministros decidiram, por unanimidade, aceitar a denúncia e tornar Bolsonaro e mais sete aliados como réus. Para o ex-presidente, o tribunal tenta impedir que ele esteja livre nas Eleições de 2026. “Estão com pressa. Muita pressa. O processo contra mim avança a uma velocidade 14 vezes maior que o do Mensalão e pelo menos 10 vezes mais rápida que o de Lula na Lava Jato”, disse, em publicação nas redes sociais.
“A julgar pelo que lemos na imprensa, estamos diante de um julgamento com data, alvo e resultado definidos de antemão. Algo que seria um teatro processual disfarçado de Justiça – não um processo penal, mas um projeto de poder que tem por objetivo interferir na dinâmica política e eleitoral do país”, afirmou o ex-presidente. “A ironia é que, quanto mais atropelam regras, prazos e garantias para tentar me eliminar, mais escancarado fica o medo que eles têm das urnas e da vontade do povo. Se realmente acreditassem na democracia que dizem defender, me enfrentariam no voto, não no tapetão”, continuou.
Após o término da sessão da Primeira Turma, Jair Bolsonaro falou com imprensa, em Brasília, no início desta tarde e relembrou o pronunciamento que fez depois de ser derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022. “As manifestações pacíficas sempre serão bem vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da Esquerda, que sempre prejudicaram a população, como: invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir. Ato contínuo, começamos a transição. Alguns dias depois desse pronunciamento, os caminhoneiros começaram a obstruir vias pelo Brasil. Eu fiz um vídeo pedindo que eles desmobilizassem. Não tinha intenção nenhuma em parar o Brasil, criar um caos ou estava pensando em outra coisa”, afirmou.
Durante cerca de 50 minutos de fala, o ex-presidente comentou sobre a “minuta do golpe” e reforçou que não assinou o documento. “Não adianta botar um decreto na frente do presidente, de estado de Defesa e assinar que está resolvido. Não convoquei os conselhos da República e da Defesa. Nem atos preparatórios houve pra isso. Se é que você trabalhar com um dispositivo constitucional é sinal de golpe. Golpe não tem lei, não tem norma Golpe tem conspiração com a imprensa, o parlamento, setores do Judiciário, setores da economia, fora do Brasil, Forças Armadas em primeiro lugar, sociedade, empresários, agricultores. Aí você começa a gestar um hipotético golpe. Nada disso houve”, declarou Jair Bolsonaro.

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