Possuindo uma larga experiência no setor jurídico corporativo, atuando nas áreas de ESG (sigla em inglês para Sustentabilidade, Social e Governança) e ética empresarial, Roberta Carneiro se dedica em trabalhar para estabelecer um mercado mais igualitário, incluindo o desenvolvimento do Fórum Integridade Bahia, com sua primeira edição realizada no ano passado, onde diversas personalidades relevantes do cenário nacional debateram sobre aspectos importantes para as organizações públicas e privadas, destacando-se, entre diversos temas, as questões sobre a participação feminina visando a sustentabilidade econômica na Bahia. Além disso, a advogada está presente como coordenadora de diversas instituições de destaque, como o núcleo baiano do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a Comissão de Ética na Governança do IBGC e do Compliance Women Committee Bahia.
Devido a seu grande conhecimento e trabalho nestes segmentos, Roberta aborda sua visão sobre a presença feminina no mercado e apresenta dados importantes: “Fazendo aqui um recorte histórico e considerando os últimos 10 anos, não há dúvidas de que a equidade de gênero avançou no mundo corporativo – principalmente nos cargos de liderança. No entanto, a disparidade em relação aos homens permanece abissal. É só olhar os dados: Neste período, tivemos um aumento no Brasil de 9,5% da presença feminina em cargos de liderança, chegando a quase 38% das posições (o mesmo do ano passado). No entanto, mesmo com um nível educacional mais elevado, em média as mulheres recebem apenas 78,7% de um homem ocupando a mesma posição (em 2013, essa diferença era seis, sete pontos maior). Considerando a Bahia, a participação feminina em cargos gerenciais é um pouco maior que a média nacional, chegando a quase 40% e também subimos do 18º para 7º maior percentual de dirigentes mulheres, considerando todos os estados brasileiros. Os avanços são lentos e ainda não sustentados”.
Lembrando dos desafios encontrados pelas mulheres no mercado e citando problemáticas relevantes, como desigualdade salarial, assédio moral de gênero e assédio sexual, a advogada ressalta que “estamos avançando, contudo, infelizmente, não por um movimento elevação da consciência, mas por questões regulatórias. Tivemos a edição de leis que visam combater estas mazelas nos últimos dois anos, mas precisamos agora avançar na transformação ética das organizações e da sociedade”. Sem observar uma solução a curto prazo para outros problemas, como o excesso de trabalho das mulheres, somando jornada de trabalho, atividades domésticas e cuidado de pessoas, Roberta faz uma advertência importante: “Em geral, as mulheres estão cansadas, exaustas. Precisamos cuidar de quem cuida, precisamos falar sobre a saúde mental da mulher”.
Visando debater essas e outras problemáticas importantes na sociedade, como um todo, Roberta segue trabalhando para manter esse debate em evidência. De acordo com ela, a segunda edição do Fórum Integridade Bahia será realizada este ano e o sucesso do evento feito ano passado apresenta um sinal positivo. Em vista disso, a abordagem das práticas de ESG são bastante relevantes para o mercado, levando em conta que “a base da governança corporativa é a ética, sendo regida pelos princípios da integridade, equidade, transparência, sustentabilidade e responsabilização”. A advogada também reforça a importância de uma cultura organizacional das empresas prezando por ações éticas.
Sendo especialista em sistemas de integridade, compliance, governança corporativa e ESG, Roberta pôde conhecer diversas personalidades nessas áreas e percebeu que “as mulheres são a maioria e possuem as maiores qualificações. No entanto, infelizmente, não estão ainda nos lugares de destaque”. A advogada salienta sobre uma minoria feminina ainda mais agravante: uma pesquisa feita pelo IBGC revelou a presença de apenas 15,2% de mulheres, entre os 6.160 profissionais que atuaram em conselhos de administração, fiscais e diretorias de empresas de capital aberto no Brasil.
Apesar do cenário de baixa presença feminina em posições de destaque no país, Roberta Carneiro realiza um ótimo trabalho promovendo uma aplicação de ações éticas visando atender as mulheres e todas as outras minorias. Para as iniciantes nessa jornada empresarial, a advogada reforça a importância de adquirir conhecimento e buscar união. “Estudar e se qualificar muito (as mulheres ainda precisam de mais “validação” que os homens), resiliência e se unir a grupos de mulheres do seu nicho de atuação para aumentar o networking e ter uma rede de apoio, afinal: juntas somos mais e melhores!”, concluiu.
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