
Na última segunda-feira (02), a empresária Tatiana Mandelli, fundadora da Tidelli, marca de mobiliário de alto padrão, fez uma publicação denunciando um grande estabelecimento da capital baiana de ter copiado peças exclusivas da empresa. O vídeo repercutiu e foi apontado que a nova unidade da Almacen Pepe, do Shopping Barra, era o restaurante em questão. Em nota enviada ao Anota Bahia, a Almacen afirmou que repudia veementemente as alegações de pirataria, tidas como infundadas. A empresa reforça que não praticou qualquer cópia intencional ou violação de direitos autorais ou de propriedade industrial em seu estabelecimento.
O restaurante informou que a aquisição de todo o mobiliário da nova unidade foi realizada junto à Alumax Móveis Ltda., contratada para fornecer os móveis conforme o projeto arquitetônico desenvolvido pelo escritório Brazão Arquitetos Associados. “Em nenhum momento o Almacen Pepe encomendou réplicas ou solicitou cópia de peças exclusivas de qualquer marca. Atuamos unicamente como consumidores finais dos móveis, sem expertise técnica em design ou propriedade industrial, confiando na idoneidade e legalidade dos produtos fornecidos por nossos contratados”.
Além disso, o empreendimento reforçou que não houve nenhuma relação contratual com a Tidelli, negando que a empresa teria desenvolvido o projeto de mobiliário. “Todo o conceito de ambientação e a escolha do mobiliário do restaurante foram obras do escritório Brazão Arquitetos Associados, sem qualquer participação da Tidelli”, disse a nota. A Almacen Pepe vem adotando as medidas cabíveis para resguardar sua reputação e seus direitos. A empresa avalia as providências legais diante da divulgação de informação inverídica e potencialmente caluniosa que atinge a honra e a imagem de nossa organização.
Confira o restante da nota:
“No aspecto legal, o Almacen Pepe pauta-se integralmente pelo cumprimento da lei brasileira. A empresa ressalta que a Lei n.º 9.279/1996 (Lei da Propriedade Industrial) estabelece de forma clara os limites de responsabilidade em casos de eventual violação de desenho industrial. Nessa linha de entendimento, o consumidor de boa-fé que adquire um produto não pode ser equiparado ao contrafator nem acusado de crime de pirataria, especialmente quando não possui conhecimento técnico para identificar possíveis violações de patente ou design. Se houvesse qualquer infração de propriedade industrial neste caso (hipótese que rechaçamos veementemente ter ocorrido de forma deliberada), tal responsabilidade recairia sobre o fornecedor que porventura tenha reproduzido um design protegido, e não sobre o Almacen Pepe – que sempre agiu dentro da legalidade e da transparência esperada.
Desde que tomou conhecimento das alegações públicas da Tidelli, o Almacen Pepe vem adotando as medidas cabíveis para resguardar sua reputação e seus direitos. A empresa avalia as providências legais diante da divulgação de informação inverídica e potencialmente caluniosa que atinge a honra e a imagem de nossa organização. Não admitiremos que acusações infundadas e sensacionalistas prejudiquem a trajetória de respeito e ética que sempre pautou nossas relações comerciais. Vale destacar que a veiculação de afirmações sabidamente falsas configura não apenas um desserviço ao público, mas pode caracterizar ilícitos, incluindo crimes contra a honra, nos termos da legislação vigente.
A empresa reitera seu compromisso inabalável com a ética, a legalidade e o respeito ao mercado. Situações semelhantes já foram superadas em outras ocasiões no meio empresarial mediante a apuração diligente dos fatos e a devida justiça, e o Almacen Pepe confia que, uma vez esclarecidos os equívocos, a verdade prevalecerá também neste caso. A empresa permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais e mantém-se aberta ao diálogo direto com todas as partes envolvidas, a fim de resolver quaisquer mal-entendidos de forma civilizada e transparente”, informou a empresa à imprensa.
Entenda o caso
Segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, o Almacen Pepe teria pirateado os móveis feitos pela Tidelli a partir de um projeto elaborado pelo escritório Brazão Arquitetos Associados. Fontes ligadas ao Anota Bahia estiveram no local e confirmaram que as peças de mobiliário se assemelham às produções da empresa.
No vídeo, Tatiana afirma que foi surpreendida quando soube do caso, visto que, segundo ela, a Tidelli havia realizado reuniões com o restaurante, nas quais o projeto estava todo especificado e desenhado. “Para esse móvel estar nesse desenho, alguém tinha que ter feito o sketch up dele e colocado na rede para o arquiteto poder importar esse móvel e colocar no projeto. Era um negócio que tava certo para nós. Temos muitos negócios, principalmente negócios comerciais. E aí nossa surpresa quando esse estabelecimento inaugurou, os móveis todos tinham sido copiados, exatamente parecido com os nossos”, desabafou.
Uma das peças que foram denunciadas, copia o design da ‘Cadeira Gamboa’, assinada pelo designer baiano Manuel Bandeira, que possui mais de 30 anos de experiência na área. Em vídeo, o profissional relatou que se decepcionou ao ver o restaurante com vários projetos de sua autoria. “Ao me aproximar, constatei imediatamente, pela qualidade dos materiais e do acabamento, que tratavam-se de cópias não autorizadas ostentando o meu design”, expôs Manuel, que também reforçou que a peça foi desenvolvida para a Tidelli — única empresa autorizada a fabricar e comercializar o produto.

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